Quantcast
Channel: texto – Depois Dos Quinze
Viewing all articles
Browse latest Browse all 140

O amor que me perdoe

$
0
0

O amor que me perdoe – ele, você e este sábado. É que o cansaço já me pegou de jeito faz tempo. Cerveja? Não tem. Cigarro? Não tem. Tempo? Acabou a bateria. Mas não se preocupe, já coloquei para carregar. Agora só tomo café sem açúcar. Café doce me lembra você. E lembrar dói muito. Dói tanto que chego a nem sentir mais.

O formigamento dolorido me anestesia e meus sistemas o confundem com o meu imunológico. Querem destruir os agentes estranhos. Mas, meu bem, o único agente estranho aqui é você. Que chegou de repente e se tornou hóspede em meu coração. Depois, foi embora como quem não devia a hospedagem. Se ao menos tivesse mandado uma carta… Aquela carta! Ou se tivesse ido naquele domingo!

Agora está tudo tão confuso e atrapalhado aqui dentro. Isso só do lado de dentro. Porque, do lado de fora, está tudo muito habitual. Muito na paz. As pessoas fingem alegria para evitar explicações sobre a raiva que corrói suas mentes. Que esquenta suas cabeças. Caminham na rua, mas não percebem o azul do céu ou a chuva caindo sobre seus cabelos.

Os pássaros? O que são? Não sei bem. O amor que me perdoe. Ele, você e este sábado. O café acabou. Os papéis acabaram. As palavras estão se esgotando… A esperança, não! A esperança é autofagia. É alimento da minha sobrevivência. A minha profilaxia da completa loucura.

Cerveja? Não tem. Cigarro? Não tem. Tempo? Cinquenta por cento. Daqui a pouco te aviso. Mando um bilhetinho só para te lembrar da minha existência. Agora só como bolo de milho. Bolo de cenoura me lembra você. E lembrar dói muito. Talvez, se eu não fosse tão sentimental, doesse menos. Mas isso significa que o aprendizado seria menor também?

Este é um post original Depois Dos Quinze.
Veja mais em: http://depoisdosquinze.com :)


Viewing all articles
Browse latest Browse all 140

Latest Images

Trending Articles





Latest Images